Sport afirma que irá recorrer de punição do STJD e explica os motivos

Foto: DIVULGAÇÃO/SPORT

O Sport foi julgado pelo STJD na manhã desta terça-feira (12) e punido com oito jogos de portões fechados em competições organizadas pela CBF, por conta dos ataques ao ônibus do Fortaleza, no final de fevereiro.

O clube acabou sendo condenado por unânimidade no artigo artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) e ainda precisará pagar uma multa de R$ 80 mil. A medida, vale lembrar, já passa a valer nesta quarta-feira (13), quando o Leão recebe o Murici-AL, pela Copa do Brasil.

Entre as principais justificativas dos cinco procuradores esteve o fato do Leão não ter garantido a segurança do veículo do time cearense durante o trajeto da Arena de Pernambuco até o hotel.

Em nota, o Sport afirmou que irá recorrer da decisão, já que ela foi tomada em primeira instância e tem esta prerrogativa de defesa.

“Não se pode novamente tratar de um tema tão complexo, que hoje é uma chaga nacional, de maneira tão rasa. Não é possível ir pelo caminho de decisões comprovadamente ineficazes só para criar uma falsa sensação de justiça que nada reflete na realidade e que em nada resulta na redução da violência. É só mais uma cortina de fumaça”, disse um trecho da nota.

VEJA A NOTA NA ÍNTEGRA:

O Sport Club do Recife se posiciona contrário a punição imposta pela Segunda Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), na manhã desta terça-feira (12). A vice-presidência jurídica do Rubro-negro vai recorrer dessa decisão descabida e injusta.

Não se pode novamente tratar de um tema tão complexo, que hoje é uma chaga nacional, de maneira tão rasa. Não é possível ir pelo caminho de decisões comprovadamente ineficazes só para criar uma falsa sensação de justiça que nada reflete na realidade e que em nada resulta na redução da violência. É só mais uma cortina de fumaça.

Pelo contrário. Esse tipo de punição coletiva, na verdade, atinge milhões de torcedores inocentes e instituições com centenas de trabalhadores, profissionais e prestadores de serviço, deixando justamente o caminho livre para os verdadeiros criminosos cometerem atos de covardia e violência, como aconteceu no dia 22 de fevereiro. Criminosos que continuam soltos por aí, sem nenhuma responsabilidade dos atos e que seguem aterrorizando a todos que vivem o futebol brasileiro, independente de time, cidade ou Estado. O Sport não pode ser responsabilizado por isso!

Punir uma instituição que não tem nenhuma relação com a torcida organizada, que cumpriu com todas as orientações de segurança e que não tem nenhum poder de Estado para coibir bandidos pela cidade não é fazer justiça. É querer mostrar serviço sem atentar para o verdadeiro problema. A punição, além de não resolver, acoberta e tira o foco e a pressão de se investigar os culpados e as organizações criminosas por trás dos atos.

Não punir esses indivíduos, e sim os clubes, é um caminho desleixado para um problema tão sério. Estamos vivendo um problema social e não desportivo. Uma crise de segurança pública, de norte a sul, rodada após rodada. É preciso entender e levar a sério a complexidade do tema. Cobrar atitude dos órgãos responsáveis. Afinal, nenhum clube do Brasil vai resolver esse grave problema sozinho.

Só com comprometimento total do poder público, responsabilidade, rigidez e cooperação dos serviços de inteligência é que vamos avançar.

JURISTA DIZ QUE PRECEDENTE FOI ABERTO: 

Segundo o advogado e doutorando em Direito Processual, Marco Aurélio Peixoto, a condenação do STJD abriu um precendente sem iguais no que se referem a punições no âmbito esportivo.

“O STJD decidiu que é dever da agremiação mandante promover a segurança pública do momento em que o time visitante chega à cidade em que vai jogar, até o momento que ela vai embora. Então me parece que, a partir de agora, os clubes de futebol precisarão contratar segurança privada e usurpar da função atribuída à segurança pública, como prevê a Constituição Federal”, inicia.

“Pelo que eu vejo, os times vão ter que receber a delegação visitante no aeroporto? escoltar até o hotel, do hotel até o treino, escoltar os jogadores que quiserem sair nas ruas. Segundo o que disse o STJD, é isto”, complementa Marco Aurélio.

Informação do Diario de Pernambuco

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